O Concílio dos Deuses II

O Concílio dos Deuses II

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Os deuses do Olimpo reuniram-se num concílio glorioso para decidir sobre a nossa estratégia de vendas de final de ano. Face à subida desmesurada de preços, não estava em causa a suspensão da actividade, mas sim, a venda do stock existente. Questionavam-se as divindades supremas sobre a justificação de produzir mais doces quando, para venda, há tantos outros?!

Júpiter, o pai dos deuses, serve-se de Mercúrio, o deus mensageiro, para convocar todos os deuses que vão chegando de todas as partes do planeta. Os deuses sentam-se segundo a hierarquia que dá mais importância aos mais antigos.

Quando todos os deuses estão sentados nos seus "luzentes assentos", Júpiter inicia o seu discurso, começando por lembrar a todos que na Groselha-espim trabalha uma guerreira corajosa, que já vende para todo o país, incluindo os mouros, e também para os temidos castelhanos, gauleses, helvéticos e neerlandeses. Termina o seu discurso, chamando a atenção dos deuses para a sua fabulosa conquista por Terras de Macau.

Baco, o deus do vinho, insurge-se de imediato contra a Groselha-espim, pois sentia uma enorme inveja pela imensa glória que o destino lhe reservava. No oriente presta-se culto a Baco, e o cobiçoso deus temia que os seus seguidores rapidamente o esquecessem com a chegada da Groselha-espim.

Vénus, a deusa da beleza e do amor, intervém em seguida e apoia a empresária, com a qual simpatiza por lhe fazer lembrar os romanos, quer pela língua de Aquae Flavie, semelhante ao latim, quer pela coragem que demonstra e pelas importantes conquistas que já realizou.

Após as intervenções de Baco e de Vénus, todos os deuses se lançam numa feroz discussão que gerou um enorme temporal, queda de árvores e o completo caos no trânsito matinal!

Marte, o deus da guerra, toma então a palavra, e, dirigindo-se a Júpiter, relembra-lhe que era a ele, Júpiter, o pai dos deuses, que cabia a decisão, que, aliás, já estava tomada desde o início e que, sublinha ainda, não se devia dar ouvidos a Baco, pois não passava de um invejoso. Marte simpatizava naturalmente com a Groselha-espim, por ser uma moça guerreira e também para agradar a Vénus, com quem tinha tido, no passado, uma relação amorosa.

Após ouvir as palavras de Marte, Júpiter inclinou a cabeça em sinal de consentimento e desfez a reunião, tendo professado a seguinte decisão:

1. Por ora, não se farão mais doces, que se venda o que há, afinal TODOS são bons.

2. Em Janeiro, a Groselha-espim deverá recalcular todos os preços, que ninguém merece trabalhar para aquecer.

3. Contudo, enquanto houver bons marmelos, ela deverá sempre fazer Marmelada! O povo gosta e nós, os deuses, não dispensamos este manjar!

E assim se fará a sua vontade.

(Texto adaptado de uma publicação minha de 09/08/2019. Qualquer outra semelhança é pura coincidência)

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