O "Ingrediente Secreto"...

O "Ingrediente Secreto"...

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Doce de Maçã Bravo de Esmolfe, Zimbro e Porto. Que vos parece?! Eu respondo: genial e inédito!

Eu devo estar a ficar meia maluca… O que, dadas as circunstâncias e analisando bem o meu estado de sanidade mental, até pode ser extremamente positivo!*

Comecei a alucinar. Em vez de dormir, ponho-me a pensar no “ingrediente secreto”, da “Sopa do Ingrediente Secreto” do Panda do Kung Fu (opps!).

Recomeçando... Em vez de dormir, tentei descobrir um ingrediente bem diferente para fazer o doce das minhas maçãs Bravo de Esmolfe. Porto? Sim. Canela? Hortelã? Nada disso, que já está mais que batido…

Nas reviravoltas nocturnas que o pensamento dá, lembrei-me d'As Empadinhas da Joana, minha parceira nos mercados do Palácio das Artes, no Porto. Não há empadas como estas, as melhores da região do Porto, de Portugal, do Mundo e, quiçá, da Europa. Salivei então, ao pensar numa bela Empada de Javali e Bagas de Zimbro.

– Eh lá! Se o Zimbro vai bem com javali também deve combinar bem com doce! – pensei (ou delirei).

Sabia lá eu o que eram Bagas de Zimbro! Hoje percebi que confundia zimbros com cedros e, na altura que comi a empada, a minha iliteracia culinária levou-me a imaginar a senhora a apanhar as bagas num arbusto lá do seu jardim! Passado uns tempos vi as ditas embaladas, à venda numa superfície comercial. Sem olhar para o conteúdo da embalagem, pensei para comigo:
– “Estas coisas vendem-se!? Cum catano…Havia resmas disto na estrada de acesso à Ponte Nova em Chaves!** Acho até que a vivenda nas traseiras do meu prédio tem a vedação só destas árvores/arbustos… “
Aquilo até era relativamente caro e eu pensei que era bom negócio andar aí pelo monte à caça de bagas de zimbro para embalar e vender.

Ainda à noite, enviei uma mensagem à Joana, aqui pelo Facebook, a inquiri-la sobre o sabor do zimbro. Adormeci, sabe-se lá os sonhos que me reservaram os ciclos circadianos do sono… Pela manhã, bem cedo, troquei algumas mensagens com ela, que achou a minha ideia excelente. E lá fui eu, nas minhas compras matinais à procura do dito Zimbro. Para minha grande surpresa, as bagas eram pequenitas... Eu estava à espera de bagas de cedros! Ri-me da minha ignorância e vim para casa em pulgas, com vontade de me meter nos tachos.

Fiz 1kg de maçãs que me rendeu quase 5 frascos. Provei-o ainda quente e achei-o absolutamente DIVINAL. Para não variar, convido os meus amigos e seguidores a vir cá a casa para provar a iguaria. Estes frascos serão todos para oferecer. Muito em breve, na época de colheitas desta maçã surgirá o novo artigo no cardápio.

E seja bem-vindo quem vier por bem!

* Quando éramos miúdos, apareciam lá em casa umas agendas duns missionários de capa verde que, a páginas tantas tinham umas anedotas em rodapé. Uma era mais ou menos assim:
“Diz o médico para a esposa do paciente:
– Lamento informá-la, mas após este tratamento o seu marido vai ficar meio maluco…
– Obrigada Sr. Doutor! O meu marido antes era maluco de todo!”

** Um flaviense agora que me acuda! Afinal já existe uma ponte mais nova em Chaves e eu não moro lá desde os 18 anos (leia-se “moro” como forma do verbo “morar mesmo”). Quando era miúda, durante alguns anos fui “Traficante de Cartões de Visita” no hospital. Sempre que havia pessoas internadas lá da aldeia, a minha mãe punha-me ao serviço. Eu morava no Caneiro e passava pelos (supostos) zimbros diariamente. Adorava a minha “profissão”, conseguia encher a enfermaria de malta, apenas com 2 cartões e muitas subidas e descidas pelos elevadores do pessoal e escadas secundárias. A caminhada até ao Hospital (“Novo”, dizia-se), em pleno Verão, à hora da sesta não era pêra doce, entretinha-me com as bagas secas que apanhava no chão que metia aos bolsos e atirava ao rio. Ainda lá existem cedros?

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