See you in Amesterdam!

Ir à luta, bater portas? Porque não? Na pior da hipótese recebemos um não ou ficamos sem resposta. Mas batemos. Pode ser que do outro lado alguém tenha a curiosidade em nos conhecer, saber o que fazemos… Batemos à porta! Knock, knock! Estou aqui, veja só que eu faço… e faço bem, acredite!

A história começou mais ou menos assim… e alguém acreditou em mim.

No dia 14 de Março deste ano, deixei uma mensagem no mural de uma conhecida casa da Holanda, a incentivar a visita ao Website e ao Facebook aqui da Groselha-espim e mencionei “um projecto novo de doces e licores caseiros de Trás-os-Montes”. Desde essa data, apercebi-me que o meu cantinho passou a ter um novo seguidor, residente em Amsterdão.

No dia 14 de Junho, os seguidores mais atentos poderão lembrar-se, anunciei aqui que, depois de vários meses de requerimentos e documentos entregues na Câmara Municipal de Braga, possuía a partir dessa data Licença de Produção Industrial de Tipo 3, para a confecção de Doces e Licores e a possibilidade de os comercializar sem quaisquer restrições. Numa publicação emotiva, terminei dizendo, com alguma pretensão, que a partir desse dia um dos meus objectivos era comercializar os meus artigos em casas da especialidade e gourmet, quer em Portugal ou no estrangeiro.

No dia 17 de Junho recebi uma chamada internacional. Não sabe ainda o António que era a data do meu aniversário e que o telefonema que me fez foi o melhor presente desse dia...

Agora, perdoem-me os meus cyberleitores, vou divagar um pouco.

Sou por natureza uma pessoa bem-disposta, mas quer me parecer que nas últimas duas semanas ando ainda mais bem-disposta, se é que isso é possível. Pelo menos, tenho trabalhado ainda com mais afinco e vontade.

Já referi antes que venho de uma família muito humilde, que nunca abandonou os palmos de terra que herdou. À custa de muito trabalho, os meus pais conseguiram construir uma casa, pagar os estudos dos dois filhos na universidade, ajudá-los nos apertos e até apoiá-los financeiramente quando quiseram dar um passo maior. Mas não pensem que tenho pais ricos, tenho sim ricos pais! Ambos já têm 70 anos, vivem sem luxos e mordomias e não dão valor a muitas coisas que, para muitos de nós, são quase imprescindíveis.
Felizmente, ainda tenho pais… No entanto, não tenho padrinhos! Refiro-me a “padrinhos” com todas as conotações que a palavra tem. Se tivesse padrinhos influentes a minha Groselha-espim não seria o pequeno negócio que ainda é. Também não precisaria de bater a tantas portas, teria muitas respostas e mais afirmativas, com toda a certeza. Trabalho muito, apenas com os meus meios e com alguma ajuda da minha família.

Knock, Knock! Estou aqui, veja só que eu faço… e faço bem, acredite!

O António acreditou em mim. No seu primeiro telefonema disse-me que ”gostaria de trabalhar comigo, que gostava da minha garra e que queria trabalhar sempre com pessoas assim”. Que fantástico presente de aniversário! Fica aqui o meu sincero agradecimento. Muito, muito obrigada!

O meu humilde cantinho começa a ter algo de especial que algumas pessoas, mesmo sem me conhecer, já me enviam mensagens a felicitar-me pelo meu trabalho. Para grande sorte minha, no meio dos meus já muitos seguidores há pessoas como o António que, mesmo sendo eu ainda tão pequenina, acreditou em mim, no meu potencial e na qualidade daquilo que faço. Caramba, como nós, os pequenos produtores, precisamos de pessoas assim! Afinal, vale a pena lutar e bater portas, mesmo quando não temos padrinhos ou cunhas, e dos lutadores também reza a história…

Para finalizar, e para satisfazer a vossa curiosidade: o António é proprietário de uma empresa sediada na Holanda, que comercializa o que de melhor se produz no nosso país, a Daily Portugal & Casa Bocage. A Casa Bocage é uma grande loja, situada na “Haarlemmerstraat”, a rua mais comercial da cidade de Amesterdão e é para lá que segue esta primeira encomenda. Eu, pequenina, aqui no meu cantinho, espero em tudo corresponder às expectativas deste meu novo e grande cliente. Mais ainda, e sem querer ser pretensiosa, quero em muito superá-las!

O pequeno, cresce e se faz grande. Tudo começa assim…